BRASIL, POLÍTICA
Maioria da Câmara se mostra a favor de sistema de votação e que apenas
os mais votados de cada estado são eleitos (Mateus
Bonomi/Agif/Folhapress)
Deputados de PMDB, PSDB e ao menos oito partidos do centrão fizeram acordo para incluir na proposta de reforma política – a ser analisada em agosto na Câmara – artigo que cria o “distritão”. A informação foi divulgada na edição desta terça-feira do jornal O Estado de S.Paulo.
Pelo sistema, seriam eleitos os candidatos mais votados em cada estado.
Hoje, no sistema proporcional, soma-se o número de votos de todos os
candidatos e na legenda e, a partir daí, define-se quantos assentos o
partido terá direito – daí a importância dos candidatos que “puxam”
votos, como Tiririca (PR-SP), que podem ajudar a eleger parlamentares
com poucos eleitores.
A ideia é apresentar a sugestão de emenda durante as
discussões do texto do relator da reforma política, Vicente Cândido
(PT-SP). Como o petista sugere um sistema “transitório” para as eleições
de 2018, os parlamentares articulam o “distritão” como sistema
permanente. A proposta foi tema de debate em uma reunião na casa do
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na quarta-feira passada.
Estavam presentes parlamentares do Centrão, do PMDB, da oposição e do
PT, que discorda da medida.
O “distritão” é visto pelos atuais deputados como forma de
tentar assegurar a própria reeleição. Esse modelo pode dificultar a
renovação da Câmara e favorecer a permanência dos deputados no poder,
uma vez que eles são conhecidos por maior parcela do eleitorado pela
participação em eleições passadas, visibilidade midiática e máquina
administrativa, como acesso a emendas que garantem verbas para obras em
redutos eleitorais.
A emenda será apresentada pelo deputado Miro Teixeira
(Rede-RJ) e vai transformar os estados em distritos. O parlamentar,
porém, negou que a proposta tenha a finalidade de garantir a renovação
dos mandatos. “Isso quem vai decidir é o povo. O ‘distritão’ garante a
representação das minorias.”
A bancada do PMDB deverá votar majoritariamente a favor
desse sistema, segundo o jornal. “Há uma maioria na Câmara a favor da
proposta, apenas existe uma discordância se o sistema deve ser
transitório ou permanente”, afirmou o deputado Hildo Rocha (PMDB-MA),
que não estava presente no encontro. “Só não há consenso porque a
oposição é contra”, disse.
O sistema defendido por Cândido em relatório é o distrital
misto. Pela regra, o eleitor votaria duas vezes: uma no candidato e
outra no partido de preferência.
(Veja.Abril.com.br)
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